Na companhia de Garotinho, Alckmin encolheu

Fazer política também é fazer opção. Um presidenciável em campanha pode aumentar a própria estatura. Mas também pode agachar-se. Tome-se o caso de Alckmin. Ao aceitar o apoio do Garotinho e da Garotinha, pode ter obtido meia dúzia de centenas de votos de evangélicos. Mas ficou de cócoras, do tamanho de um molequinho.

Ao celebrar a adesão de Anthony e Rosinha, o presidenciável tucano disse que apoio não se recusa. Aceita-se. É de supor que, amanhã, se Dom Marcola decidir sair em amparo de Alckmin, oferecendo-lhe os votos da irmandade do PCC, o candidato virá à boca do palco para agradecer.

Candidata ao governo do Rio, a juíza Denise Frossard (PPS), que ontem declarara o seu apoio a Alckmin, deu meia-volta. "Retiro o meu apoio e vou seguir o meu caminho." Em quem vai votar para presidente? "Vou anular o meu voto", disse a juíza, adicionando um par de centímetros à sua figura pública.

Ouviu-se também na manhã desta quarta um ranger de dentes do prefeito do Rio, César Maia. "É uma tristeza muito grande”, disse ele. “Um homem que tem os princípios religiosos de Geraldo Alckmin, uma referência para todos nós em função de seu comportamento, de sua atitude, se junta com a corrupção, se junta com os desvios de conduta, se junta com o que há de pior no Rio de Janeiro e no Brasil." É, pois é!

O governador tucano de Roraima, Ottomar Pinto, reeleito no domingo, esteve nesta quarta com Alckmin. Ele ecoou o presidenciável, à sua maneira: "Ninguém pode deixar de aceitar apoio. Política não se faz com anjo, arcanjo, querubim e serafim, se faz com todo mundo", disse Ottomar.
É certo que não há anjos na política. Os últimos, filiados ao PT, foram pilhados no bordel. Mas os presidenciáveis também não precisam abusar da sorte. E Alckmin o faz reiteradamente. Ainda nesta quarta, recebe Ivo Cassol (PPS), governador reeleito de Roubônia, digo, Rondônia. Depois querem criticar Lula por ter-se aliado a Newton Cardoso em Minas Gerais. Quem levará a sério?

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