Papai Noel - O Maior Vendedor do Mundo

"Always Coca-Cola"

Ainda na onda do 'bom-velhinho-que-trĂ¡s-presentes-todos-os-anos' um texto bem interessante sobre a origem do Papai Noel. Retirado do blog RepĂ³rter Net.

HĂ¡ 138 anos que Papai Noel aparece como garoto-propaganda, em pĂ¡ginas de jornais e revistas - na televisĂ£o, desde que ela nasceu, em 1939. Mas para o povo americano, o bom velhinho ganhou força, atravĂ©s de uma campanha publicitĂ¡ria da Coca-Cola.

IluatraĂ§Ă£o de Thomas Nast

Seu primeiro agente foi Thomas Nast, cartunista do jornal americano Harper´s Illustrated Weekly. Em 1860, Nast começou a esboĂ§Ă¡-lo, inspirado nos versos de “Twas the Night Before Christmas” (VĂ©spera de Natal), do poeta Clement Moore, e que assim o descrevia:

“...a Lua, projetada no seio da neve que caĂ­a/Iluminava tudo,cĂ¡ embaixo./De repente, do meio dela, ele surgiu./Vinha no que me pareceu um trenĂ³/Puxado por lindas renas./Seus olhos – como eles brilhavam!/Seu rosto irradiava alegria./Suas bochechas eram como rosas/O nariz igual a uma cereja./E sua barba, branca como a neve./Rechonchudo, barrigudo,/Tinha jeito de gnomo,simpĂ¡tico e bonachĂ£o./Quando o vi, a despeito de minhas mĂ¡goas, sorri“.

Com esse jeitinho de habitante do reino da fantasia, Papai-Noel tomou forma e agradou os editores da Hapers, que logo o elegeram como capa de suas edições natalinas de 1863 a 1886.

Nast, entusiasmado com o sucesso de sua criatura, deu-lhe mais um toque mĂ¡gico: estabeleceu-lhe o PĂ³lo Norte como residĂªncia oficial. E como ele vinha de lĂ¡ para os Estados Unidos? No trenĂ³, imaginado por Clement Moore.

Culto a SĂ£o Nicolau

Houve um porĂ©m: a criançada da Europa e Estados Unidos nĂ£o engoliu a histĂ³ria. Por tradiĂ§Ă£o, Papai Noel estava associado a SĂ£o Nicolau, o religioso grego do sĂ©culo III, que ficou conhecido por suas boas ações, em especial pelas moedas de ouro que deu a trĂªs meninas pobres, evitando que elas fossem vendidas pelo pai.

Nicolau ganhou fama tambĂ©m como milagreiro, virou santo e padroeiro: da RĂºssia, dos marinheiros,das moçoilas solteiras, dos penhoristas.

Milhares de igrejas européias foram dedicadas a ele, uma delas construída no século VI, pelo imperador romano Justiniano I, em Constantinopla (atual Istambul).

Com a Reforma Protestante, o culto a SĂ£o Nicolau desapareceu da Europa, Ă  exceĂ§Ă£o da Holanda, onde permaneceu com o nome de Sinterklaas.

No século XVII, colonizadores holandeses levaram Papai Noel para New Amsterdan, a atual cidade de Nova York. Sinterklaas foi bem recebido e rebatizado como Santa Claus.

Como, entĂ£o, resolver o dilema do PĂ³lo Norte? O escritor George P. Webster deu uma mĂ£ozinha a Thomas Nast. Muito esperto, ele escreveu artigos em publicações infantis, falando que somente num lugar distante e desconhecido como aquele Ă© que Papai Noel podia construir brinquedos, sem ser importunado por ninguĂ©m. A mentirinha, finalmente, pegou.

No final do século 19, Papai Noel despontava como futuro astro da propaganda. Seu début foi em 1890, para um comercial de Alfred Dolge, fabricante de sapatos de feltro.

Depois, sua imagem foi usada, sucessivamente, pela Loja de Departamentos Schwarz, pela cama de molas Frank A. Hall, e, pasme!, em 1903, pela jĂ¡ famosa vassoura Feiticeira.

De olho no sucesso do Noel-gnomo de Nast estava a Coca-Cola. Em 1931, ela contratou o ilustrador Haddon Sundblom. para redesenhĂ¡-lo.

Sudblom, de família sueca, nasceu em Michigan e cresceu em Chicago. Suas criações apareciam regularmente no Saturday Evening Post, no Ladies Home Journal e na National Geographic. Talentoso, tornou-se uma lenda.

O modelo perfeito

O comerciante aposentado, Lou Prentice, posou como modelo. Era perfeito: tinha as bochechas rechonchuda e rosadas, olhos grandes e brilhantes, jeito de avozinho bonachĂ£o.

Quando Prentice morreu, um amigo de Sundblom sugeriu-lhe que nĂ£o haveria melhor sucessor do que ele prĂ³prio. Curiosamente, os traços nĂ³rdicos do rosto de Sundblom, aos poucos, se assemelharam aos do personagem que ele havia rabiscado: um Papai Noel alto, sorridente, com gorrinho, botas, vestido de vermelho e branco.

Por sinal, vermelho e branco eram (e sĂ£o) as cores do logotipo da Coca-Cola - um achado! Mas nĂ£o uma idĂ©ia Ă­mpar. Papai Noel foi exibido assim, muito antes, em 1926, pelos brinquedos The MerryMaker.

De qualquer forma, a versĂ£o noelina da Coca-Cola prevaleceu e acabou se transformando no sĂ­mbolo do Natal em todo o mundo. E, agora, lĂ¡ estĂ¡ ele dominando o espaço cibernĂ©tico e exibindo sua maestria em todo tipo de anĂºncio: de jĂ³ias a computadores, de roupas a eletrodomĂ©sticos.

E nĂ£o hĂ¡ quem resista ao seu charme e bom-humor - ele sugere, e vocĂª, automaticamente, compra.

Links:

http://www.boondocksnet.com/gallery/nast841220.html
http://www.fortunecity.com/millennium/hibiscus/121/cokesanta.htm

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