Tecnologia 3D no cinema 'não vai salvar o mundo', diz Tim Burton

Concordo em gênero, número e grau com Burton. Como todos estão carecas de saber a tecnologia 3D existe há muito tempo mas nunca 'pegou'. Agora Hollywood está interessada em transforma-la em uma coisa nova e corriqueira levando a tecnologia para dentro de nossos lares. 

Sinceramente não creio que isso dê muito certo. 

Como o Tim citou, o 3D é apenas uma ferramenta e não é uma unanimidade. É forçação de barra. Tudo pra reacender o mercado em queda. 

Muitas pessoas [incluindo eu e meu amado] queixam-se de dor de cabeça e um certo mal estar após assistir filmes com a tecnologia 3D. Isso ainda precisa ser investigado. Fora o incômodo do uso de óculos especiais. Alguns médicos já alertaram para o fato da higiene e mais uma série de coisas. 

Se todos os filmes forem em 3D eu estou fora. Não irei mais aos cinemas!

Mais novo adepto do cinema 3D, o diretor de “Alice no País das Maravilhas”, Tim Burton, reconheceu nesta quarta-feira (12) que não vê o 3D como o único caminho para os filmes daqui em diante.

Em sua primeira entrevista oficial como presidente do júri do 63º Festival de Cannes, Burton afirmou que o 3D é só “outra ferramenta” à mão dos cineastas, como foram as descobertas “do som ou das cores” no passado.

“Não acho que o 3D seja algo que vá salvar a economia ou salvar o mundo. É só mais uma ferramenta que às vezes é divertida de se usar, e em outras não”, declarou em resposta a afirmação de que o espaço conquistado pelo 3D poderia colocar em risco as formas tradicionais de se fazer cinema.

“Eu já fui animador na Disney, e trabalhava com desenhos feitos a mão. Quando apareceu o computador, todos disseram que a animação feita de forma tradicional estaria morta em questão de anos. Isso não aconteceu, e a animação 2D está voltando e reconquistando seu lugar. Acho um absurdo que se fale que no futuro tudo será 3D. Há espaço para tudo”

Postura semelhante deve ser adotada pelo júri comandado por Burton – e que tem ainda entre os membros ilustres o ator Benicio del Toro, a atriz Kate Beckinsale e o diretor espanhol Victor Erice, entre outros. “Tivemos um jantar ontem [terça] à noite e conversamos sobre assistir aos filmes sem preconceitos e com generosidade. Não gostamos da palavra 'jurados'. Não somos 12 pessoas bravas. Só queremos assistir aos filmes e sermos afetados por eles”, disse. “Estamos em uma jornada. E a graça dessa jornada é não saber aonde ela vai dar. Queremos ser surpreendidos.”

Questionado sobre sua opinião sobre o fato de ao menos dois diretores que poderiam estar em Cannes este ano terem sido impedidos por estarem presos em seus países – Roman Polanski e o iraniano Jafar Panahi -, Burton mais uma vez saiu pela tangente.

“Há questões políticas e de liberdade de expressão envolvidas. E somos todos a favor da liberade de expressão, lutamos por isso diariamente em nossas vidas. É claro que [esses cineastas] deveriam poder se expressar livremente”, afirmou Burton.

Se mais favorável à política, ao realismo ou mesmo à fantasia, universo tão caro a Tim Burton, a decisão do júri sobre os melhores desta edição do Festival de Cannes só será mesmo conhecida em 23 de maio, durante a cerimônia de premiação do festival. “Acho ótimo poder assistir a tantos filmes que eu não faria ou nos quais não me envolveria. Essa é a graça de um festival de cinema como este”, conclui.

G1

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