Integrantes do Bolshoi defendem bailarino acusado de atacar diretor da companhia

Mais de 300 integrantes do Teatro Bolshoi, em Moscou, assinaram uma carta publicada hoje em apoio ao bailarino Pavel Dmitrichenko, 29, sob custódia por supostamente organizar o ataque com ácido ao diretor do balé do teatro, Sergei Filin.

Jovem bailarina seria pivô de ataque com ácido a diretor do Bolshoi, diz jornal

"Para todos os que conhecem Dmitrichenko, o pensamento de que ele poderia ser o autor de um crime tão brutal que parece absurdo", escrevem na carta.

Vselovod Kutznestov/Reuters/AFP
O diretor artístico do Bolshoi, Sergei Filin (esq.), atacado com ácido em Moscou e o bailarino Pavel Dmitrichenko, que confessou o crime
O diretor artístico do Bolshoi, Sergei Filin (esq.), atacado com ácido em Moscou e o bailarino Pavel Dmitrichenko

Uma série de reportagens publicadas pelo jornal americano "The New York Times" e fontes policiais anônimas citadas pela imprensa russa disseram que o bailarino acusava o diretor do Bolshoi de boicotar a carreira de sua namorada, Anzhelina Vorontsova, tendo negado a ela o papel principal em uma montagem de "O Lago dos Cisnes".

Os autores da carta, porém, estão "convencidos de que as diferenças de Dmitrichenko com Filin, sobre sua direção artística se restringiam ao ambiente do teatro, jamais dariam origem a um crime".

Os signatários destacam que "as conclusões do inquérito parecem apressadas inconclusivas e a confissão inicial de Pavel é o resultado de uma forte pressão. "

Dmitrichenko confessou após ser preso diante das câmeras de televisão, ser o mentor do ataque a Filin, mas mudou sua declaração no dia seguinte, quando apontou como responsável pelo ataque Yuri Zarutski, que na noite de 17 de janeiro teria jogado ácido no rosto de Filin, causando queimaduras graves nos olhos do diretor.

Durante a audiência, Dmitrichenko disse que havia concordado que Zarutski "apenas" batesse em Sergei Filin.

Na carta, dirigida ao presidente Vladimir Putin, os signatários pedem a criação de uma comissão de inquérito independente "para esclarecer as causas que levaram a essa tragédia".

"Depois de conhecer Pavel [Dmitrichenko] por muitos anos, estamos certos de que, apesar de sua natureza temperamental, ele é uma pessoa honesta, solidária e sempre disposta a ajudar", enfatiza a carta.




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