Durante seu trabalho de doutorado na Universidade da Califórnia em Davis, ela estudou programas como "The Walking Dead", que no Brasil é transmitido pelo canal a cabo Fox, filmes, jogos de videogame e, principalmente, caminhadas de "mortos-vivos" esfarrapados e maquiados que têm ocupado ruas e parques mundo afora para cambalear, grunhir e dançar.
da Ponte do Brooklyn, em Nova York, em imagem feita no dia 26 de outubro de 2010 (Foto: Seth Wenig/AP)
Sarah destaca que esse fenômeno não é uma febre casual – nem prejudicial –, mas parte de uma tendência histórica que reflete um nível de insatisfação cultural e uma revolução econômica.
"Ficamos mais interessados em zumbis nos momentos em que, como cultura, nos sentimos impotentes. (...) Quando vivenciamos uma crise econômica, a maioria da população se sente desestimulada. E simular um zumbi ou ver uma série como 'The Walking Dead' serve como uma válvula de escape para as pessoas", diz Sarah.
Mas a pesquisadora destaca que essa insatisfação nem sempre é uma expressão consciente de um sentimento de frustração.
"Para mim, é uma alegoria óbvia. Sentimos que, de certa maneira, estamos mortos", afirma.
As marchas de zumbis se originaram em 2003 em Toronto, no Canadá, e a popularidade desses encontros aumentou drasticamente nos EUA em 2005, junto com a insatisfação da população pela Guerra do Iraque.
"Foi uma forma que as pessoas encontraram (de se manifestar), pelo fato de se não se sentirem ouvidas pelo governo Bush. Ninguém queria a guerra, mas estávamos indo de qualquer maneira", ressalta.
Em meados dos anos 2000, essa moda foi impulsionada com o lançamento de filmes como "Dawn of the dead" ("Despertar dos mortos", no Brasil) e "28 days later" ("Extermínio"). Depois, vieram outras histórias, como "Meu namorado é um zumbi", deste ano.
Desde 2012, caminhadas de zumbis já foram documentadas em 20 países, segundo a pesquisadora. O maior dos encontros reuniu 4 mil participantes no New Jersey Zombie Walk, no Parque Asbury, em Nova Jersey, em outubro de 2010, segundo o Guinness, o Livro dos Recordes.
Source: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/03/moda-de-zumbis-e-reflexo-de-uma-sociedade-infeliz-diz-pesquisadora.html
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