Morre Rogério Duprat, líder da revolução na MPB

Rio de Janeiro, 26 out (EFE).- Rogério Duprat, um dos líderes da revolução da Música Popular Brasileira (MPB), nos anos 60, morreu hoje aos 74 anos em um hospital de São Paulo, informaram seus familiares.

Duprat, maestro, arranjador e violoncelista, trabalhou nos bastidores com consagrados músicos como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, Gilberto Mendes e com o extinto grupo "Os Mutantes", no qual revelou a roqueira Rita Lee como cantora.

Sofria de mal de Alzheimer e câncer de bexiga, doenças que lhe obrigaram a se internar há três meses no hospital Premier, de São Paulo.

Os especialistas o consideravam tanto como o pioneiro na ruptura de barreiras entre o erudito e o popular até um dos principais "rebeldes" da MPB.

Em 1963, foi um dos signatários do movimento "Música Estrela nova", grupo de vanguarda que reunia Gilberto Mendes, Julio Medaglia, Willy Correia e Sandino Hohagen.

Cinco anos mais tarde assinou o manifesto do Tropicalismo, um movimento sincrético musicalmente e contestatório ideologicamente, que criticava o governo militar.

Nos cinco anos seguintes atuou com vigor na composição e arranjo de canções que inspiraram a juventude brasileira, mas depois se separou do grupo, convencido que o produto tinha se transformado em pastiche e repetição.

Duprat, nascido no Rio de Janeiro em 7 de fevereiro de 1932, escolheu um sítio em uma área rural de São Paulo para passar discretamente o resto de sua vida.

"Tudo o que ser faz hoje já se fazia há trinta anos (...) O rock repete fórmulas. Eu disse tudo o que tinha que dizer naquele período, entre os anos 60 e 70", disse recentemente em entrevista.

Duprat, que será cremado sexta-feira, deixou três filhos (Raí, Roata e Rudá) e a sua esposa, Lali, com quem foi casado 59 anos.

http://musica.uol.com.br/ultnot/efe/2006/10/26/ult1819u712.jhtm

Postar um comentário

0 Comentários