Review do Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal



Eu tinha que começar com um review do filme que o Steven fez, mostrando uma aventura minha.
Eu retirei o texto do HQ Maniacs....

Review:
Ninguém gosta de esperar por nada na vida, mas algumas vezes a espera é válida. E este é o caso de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull), o quarto filme do arqueólogo aventureiro vivido por Harrison Ford.

Em 1957, Indy e alguns companheiros, bem como os soviéticos, estão em busca de uma misteriosa caveira (que deveria ser crânio, na tradução) de cristal, que por sua vez, leva a um mistério ainda maior, em viagens dos Estados Unidos até a selva amazônica peruana.

Em se tratando de uma continuação, o espectador espera não apenas um bom filme, mas também um roteiro fiel aos elementos já estabelecidos da franquia. Em sua trilogia original, Indiana Jones sempre manteve várias tradições, e isso se faz presente no novo filme logo no início, repetindo a sempre presente brincadeira com o logotipo da Paramount. Este, aliás, aparece em versão antiga, para manter o clima.

Daí para frente é só alegria. Cenas de ação com os costumeiros exageros e absurdos, o humor característico e os ainda mais bem-vindos clichês.

Ao contrário do que muita gente imagina, clichês não estragam um filme, pelo contrário, quando bem usados, são a verdadeira alma da película. Quando entramos num cinema para ver um novo Indiana Jones, queremos ver tudo que nos é familiar, tudo o que cria a atmosfera do universo do personagem. Por isso mesmo é regojizante ver Indy se jogar de cabeça na confusão sem tecer um plano, ser traído, brigar com a mulher que ama, enfrentar animais ligados a alguma fobia, etc.

O melhor é ver espalhados por toda a exibição elementos dos filmes anteriores e até mesmo à série de TV As Aventuras do Jovem Indiana Jones. O cuidado em seguir a mitologia do herói foi tão grande, que até personagens ausentes no filme têm seu destino explicado. Aqueles que se animaram ao ver o famoso depósito de segredos dos Estados Unidos no trailer, precisam prestar bastante atenção, mas não se decepcionarão.

Um dos grandes acertos da produção foi levar o tempo em conta. Foram 19 anos desde o filme anterior, e é esse exatamente o tempo que se passa entre a última e esta nova aventura. O próprio clima mostra um mundo que mudou bastante: os nazistas se foram e em seu lugar estão os soviéticos, Indiana passou por perdas pesadas e não tem todo o apoio que tinha anteriormente. A ambientação nos anos 50 está de parabéns.

Isso torna plausível também a aparência física de Harrison Ford, mas sem ser realista demais, afinal o que queremos é o Indiana Jones de sempre, sendo espancado, caindo de alturas absurdas, e sempre saindo no máximo um pouco tonto e pronto para mais!

Os vilões também seguem a tradição: uma figura inteligente no comando (desta vez a soviética Irina Spalko, interpretada pela linda Cate Blanchett), um(a) traidor(a), inúmeros capangas e um grandalhão para esmurrar Indy incessavelmente.

Os ajudantes também estão presentes, desta vez até multiplicados. Karen Allen volta ao papel de Marion, o par romântico do herói em seu primeiro filme. A ela se juntam o também aventureiro Mac (Ray Winstone), parceiros eventual de Indy; o jovem Mutt (Shia LaBeouf); e o pirado arqueólogo Oxley (Jonh Hurt).

Como sempre, a química entre os personagens funciona muito bem e dita o humor na maioria das vezes. As atitudes impulsivas de Mutt, os devaneios de Oxley, as intermináveis discussões entre Indy e Marion, a ganância de Mac, tudo torna o filme ainda mais divertido.

Shia LaBeouf, que se torna cada vez mais famoso mundialmente, mostra mais uma vez que tem motivo para isso, com um personagem divertidíssimo, que se encaixa bem tanto nas cenas de ação quanto nas cômicas. Seus diálogos com Indy estão entre os melhores momentos do filme.

As únicas coisas que realmente fizeram falta foram as presenças de três personagens: o pai de Indiana, vivido por Sean Connery (que preferiu insistir em sua aposentadoria, polidamente explicando sua decisão e pedindo desculpas aos fãs); o amigo Sallah (vivido por John Rhys-Davies e cuja presença não foi possível pelas questões geográficas inseridas na aventura); e Marcus Brody (o antigo reitor da universidade onde Indy leciona, vivido por Denholm Elliott, que infelizmente faleceu em 1992, por complicações causadas pela AIDS).

Com um escopo muito maior do que os filmes anteriores, a produção cara de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal se justifica de duas maneiras: o filme precisa fazer frente às produções atuais e, simplesmente, tem de compensar quase 20 anos de espera, o que faz com louvor.

Elenco: Harrison Ford, Cate Blanchett, Shia LaBeouf, John Hurt, Karen Allen, Ray Winstone, Jim Broadbent, Andrew Divoff. Roteiro: David Koepp. Direção: Steven Spielberg.

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