Editoras começam a se adaptar à reforma ortográfica

Edições de dicionários estão sendo revisadas. Solução de todas as dúvidas depende de criação de vocabulário.

As editoras já começam a se adaptar às novas regras de ortografia que começam a valer a partir de 1º de janeiro de 2009. O Ministério da Educação (MEC) deu prazo de até 2010 para que os livros didáticos estejam adaptados às novas normas da língua portuguesa.


Entre as novidades, estão a supressão do trema, a queda de acentos diferenciais e as alterações na regra do hífen. Entenda as mudanças aqui.

A editora do dicionário Aurélio já lançou edições revisadas do dicionário e, para modificar todo o catálogo de livros, contratou um time de 20 revisores que também está em fase de adaptação. “Algumas das novas regras são muito diferentes, então demora um pouco para a gente se adaptar e fazer as alterações”, explica a revisora Valérica Zelik.

Em outra editora, a preocupação é com os professores que vão receber os novos livros. Há 300 títulos em produção e todos, já revisados, estarão em breve nas escolas. Por isso, funcionários estão sendo treinados pra dar cursos a 4 mil educadores de todo o país.

Para a Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros), um dos problemas a serem enfrentados pelas editoras é a administração dos estoques. Dentro do período de transição, cada editora deverá decidir o ritmo da adaptação às novas regras. Mas, de modo geral, os lançamentos de 2009 e as reimpressões, já devem estar de acordo com as mudanças na ortografia.

Em nota, a Abrelivros informou que ainda restam muitas dúvidas sobre a aplicação do acordo ortográfico. Segundo a associação, as divergências só serão resolvidas com a publicação, pela Academia Brasileira de Letras (ABL), do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (Volp). Além do trabalho de adaptação e de revisão realizado até agora, as próximas revisões dependem desse vocabulário.

Se por um lado o mercado vê a necessidade de investimentos altos nessa primeira fase do processo de adaptação, por outro a expectativa é boa com relação ao futuro da literatura brasileira.

O otimismo das editoras está na possibilidade de uma maior integração com outros países de língua portuguesa. Esta reforma unifica a escrita em oito países que falam o português: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Nota da Fê: Sei não... Acho essa reforma um tanto desnecessária. Acredito os portugas é que vão sentir mais são. Eu particularmente sou fã do português de Camões com seus 'Pes' e 'Ces' mesmo.

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2 Comentários

  1. Acho essa reforma ridícula. O nosso idioma já é tão cheio de regras e exceções, tão difícil para a maioria dos falantes aprender a usar corretamente, e eles ainda mudam tudo de tempos em tempos.

    E inutilmente, pois as diferenças entre a nossa fala e a lusitana são muito maiores que meros acentos, são na própria estrutura da frase, no modo de dizer algo. Portanto, um livro ainda verá ter sua edição brasileira e portuguesa separadas se quiser se comunicar bem com o leitor de cada país.

    Além do mais, já cansei de ler livros portugueses e jamais tive dificuldade de entender nada. É uma reforma idiota que deve ser movida por diversos interesses escusos (ou seja, grana).

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  2. Quase vomitei quando vi a reportagem na televisão. Isso é absolutamente repugnante.

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