O Pai de Todos - Prince of Persia [Apple II - 1989]

Aproveitando a estréia do filme. :)
Encontrei esse ótimo review do game original de 1989 para Apple II.
Créditos  phoenixdown.com.br [bom site sobre games antigos!]


Uma produção das mil e uma noites em apenas 60 minutos...

No final da década de 1980 os computadores pessoais(PCs) começaram cada vez mais a fazer parte não só dos escritórios, mas também dos lares e da jogabilidade de alguns gamers que começariam a explorar um novo e fascinante mundo nos jogos. Claro que se tratando do Brasil poucos felizardos tinham a possibilidade de ter máquinas como MSX, Commodore 64 e, claro, o Apple II.


E foi exatamente neste PC que surgiu um dos jogos que ditaria uma nova tendência em tudo o que se conhecia até então para games neste sistema. No dia 03 de Outubro de 1989 o mundo conheceria Prince of Persia, um jogo amplamente inspirado em obras literárias como Simbad o Marujo, Alladin, As Mil e uma Noites e toda uma série de elementos fascinantes do mundo árabe, mas, com um toque de criatividade dos irmãos Francis (Músicas) David (Vídeos) e Jordan Merchener.

A produção não foi fácil e é fato conhecido que muitos programadores de jogos para PC tinham que fazer uso das mais variadas técnicas para criarem um jogo. No caso de Prince of Persia, a técnica foi a Retroscopia, que era baseada no principio de gravar imagens em movimentos com uma câmera e através do processo de programação inserir estes movimentos de uma forma que a mecânica de movimento do personagem fosse o mais fiél possível a realidade.


Um exemplo simulado do que Jordan Merchener e seu irmão David Merchener fizeram para captar as imagens usadas em Prince of Persia usando a Retroscopia.
Jordan gravava seu irmão David realizando os movimentos, depois reproduzia as imagens na programação do jogo. O resultado de horas de gravação não poderia ter sido melhor, Prince of Persia impressionou os jogadores graças a toda uma gama de movimentos, além claro de um jogo complexo, desafiador e muito divertido.

Neste review iremos relembrar um pouco a trajetória deste jogo e onde ele começou no Apple II, mas não pense que ele ficou apenas nesta plataforma, existem versões do mesmo jogo (algumas ainda melhores graficamente que o original) para MS-DOS, Amiga, Amstrad CPC, GB, GBC, NES, Atari ST, ZX Spectrum, Mac OS, SNES, Sega CD, Genesis/Mega Drive, TurboGrafx-CD, Xbox 360 (XBLA), PSN e Sam Coupé.
Portanto não tem desculpa para ir experimentar esta e outras versões.

A história de Prince of Persia
Tradução de telas feita por Old Game Master

"Há muito tempo atrás no belíssimo reino da Pérsia, numa terra cheia de riquezas e belezas exóticas, vivia um bondoso Sultão e sua filha. Os habitantes do reino da Pérsia gozavam de alegria e prosperidade no reinado do bondoso Sultão, nada parecia ameaçar esta felicidade, pelo menos era o que todos pensavam.
Certo dia o Sultão precisou fazer uma longa viagem a um reino vizinho e deixou as responsabilidades na mão de seu sábio Grão Vizir, que não sabia que por trás de tanta sabedoria se escondia um homem maldoso e cheio de ambição.


Promovendo uma nova ordem de medo e terror, o Grão Vizir resolveu colocar seus planos em prática, tomar para si o trono da Pérsia. Para isso aprisionou a bela princesa e atirou seu amado em um enorme calabouço onde ninguém jamais escapou com vida.


Sob as lentas areias da ampulheta, a princesa via com tristeza seu destino, tudo parecia perdido...


O rapaz não tinha outra saída a não ser tentar escapar ou morrer dentro deste calabouço mortal. Restando pouco menos que 60 minutos, ele deve tentar a todo custo atravessar as suas armadilhas, derrotar os guardas de Jaffar e solucionar os enigmas até a batalha final contra o tirano da Pérsia. Compete agora a você guiar o futuro príncipe da Pérsia, sob o controle desta incrível aventura."

Gráficos e som
Bem vindos de volta ao ano de 1989, no tempo dos PCs 386 e alguns deles com monitores monocromáticos (cores variantes entre o verde ou cinza). Sim meus amigos, muitos começaram jogando jogos de PC exatamente nestas condições, e a menos que você fosse um dos poucos felizardos com um monitor VGA colorido, a proposta era jogar assim. Mas não se preocupe, todas as imagens aqui serão em cores.


A tela de título do Apple II de Prince of Pérsia, em alguns PCs com um processador melhor de som, havia uma música-tema totalmente ambientada e com um tema árabe.

Quem podia incrementar o seu PC com um bom processador de som, era um felizardo, mas esqueça isso em Prince of Persia. Os sons estão restritos aos passos do personagem e os efeitos sonoros dos itens ou situações do jogo (portões se abrindo, poções, serras, golpes sofridos e até quando o personagem morria). Embora tudo isso seja resultante de uma possível limitação do hardware, a ausência de som contribuiu para deixar o jogo mais emocionante, numa sensação de imersão, tensão e concentração totais.


Um dos momentos mais emocionantes do jogo, quando o personagem conseguia a espada...

Voltando aos gráficos, simplicidade total, mesmo nos monitores coloridos e nos níveis mais avançados do jogo. A grande atração fica por conta da movimentação do personagem, que escalava, saltava e realizava uma série de ações. Os jogos de PC contavam na época com uma movimentação muito travada e robótica, Prince of Persia veio para provar que era possível ir além e dotar os jogos com comandos muito próximos da realidade ou como muitos já podiam conferir nos videogames.


Até mesmo nos piores momentos o jogador ficava impressionado com o grau de realismo nas lutas de espada.
Prince of Pérsia foi um marco para os jogos de computador, um pontapé inicial tanto para o aprimoramento gráfico quanto na jogabilidade.

Jogabilidade
Muitos de vocês poderão achar que vou exagerar neste próximo comentário, mas, tentem imaginar o ano de 1989 como uma época em que vários gamers nos consoles domésticos estavam deixando plataformas como Odyssey 2, Intellivision e Atari. Quem já estava habituado com o MSX não sentiu tanto, mas nós que jogávamos em consoles quando vimos os movimentos do personagem, achávamos que estávamos diante de uma máquina muito superior as nossas.


60 minutos é o tempo que o jogador dispõe para explorar todo o jogo (14 Níveis) até a batalha final contra Jaffar.
O príncipe, em sua corrida contra o tempo em 60 minutos, tinha que escalar, explorar, saltar e lutar com os guardas de Jaffar. Os controles de jogo obedeciam ao básico: um botão para a espada e um botão para os saltos. Mas como conseguia tantos movimentos? Simples, graças a combinação de comandos. Segurar o botão e mover o direcional fazia o príncipe se esgueirar, do contrario o faria dar um salto mais largo, que poderia ser mais largo caso pressionasse a seta direcional o fazendo correr onde finalmente apertando o botão de salto no momento certo, poderia atravessar um obstáculo mais distantes.
Não é exagero essa seqüência na descrição, pois em muitos momentos do jogo, a ação é exatamente isso, constante!


Algumas vezes para explorar as fases é preciso recorrer a estes métodos, no entanto, um passo em falso e já era.

Outras vezes é preciso correr e saltar e quando não tiver outra alternativa... lutar.

Essa é outra sacada genial de Prince of Persia, o sincronismo e a decisão rápida de alguns comandos, validos tanto na exploração quanto nas lutas. Algo que também foi colocado propositalmente como o fator desafio são as poções que recuperam energia, algumas estão escondidas nos pontos mais remotos das fases e algumas podem ser veneno. Cuidado com suas escolhas, nem sempre elas serão as certas.


Uma simples poção poderia esconder uma surpresa boa ou ruim, prepare-se para isso em Prince of Persia.
Procurar estas poções e traçar uma rota que fosse a mais direta e rápida possível, fez com que muitos jogadores passassem boa parte do tempo criando um esquema de mapas. Pode parecer uma perca de tempo ou que deixa o jogo muito chato, mas acreditem você irá precisar.

Enfim, Prince of Persia, em seus mais de 20 anos, consegue divertir tanto quanto na sua época. Como dissemos no começo do review, foi lançado para várias plataformas (e videogames) com suas melhorias e acréscimos. Mas muitos gamers das antigas preferem as versões Apple II ou MS-DOS por seu apelo nostálgico e para relembrarem uma época em que os jogos começaram a dar um salto gigantesco na sua história.
Escolha sua versão no console que mais lhe agradar, mas não deixe de conferir este clássico do passado.

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