Pesquisa revela que jovens do Japão não têm interesse por sexo

11_japoneses_acampam_01Uma rua lotada de jovens. Muitos paquerando, namorando. Isso ainda existe no Japão. Mas até quando?
Um grupo de amigas diz que estão preocupadas. Uma delas que já morou no exterior diz perceber a diferença entre os homens estrangeiros e os do Japão. Segundo ela, os japoneses têm muitas fantasias sexuais, mas - numa tradução livre para o português - não chegam junto.
A reclamação ouvida nas ruas foi confirmada por uma pesquisa do governo japonês. A falta de interesse sexual começa justamente na faixa etária em que os jovens costumam pensar mais em namorar do que em qualquer outra coisa.
Entre os jovens de 16 a 19 anos, 36% dos rapazes se descreveram indiferentes ou com aversão a sexo. Mas eles também podem reclamar delas. Entre as japonesas da mesma faixa etária, o desinteresse ou aversão ao sexo chega a 59%. O percentual cresceu em relação a mesma pesquisa feita em 2008: aumentou 19% entre os homens e 12% entre as mulheres.
E, mesmo entre os casados, sexo também deixou de ser importante: mais de 40% não tinham uma relação há pelo menos um mês quando a pesquisa foi feita.
Uma outra pesquisa aponta um dos motivos pelo desinteresse. Foi feita há um ano pela associação japonesa das montadoras para tentar descobrir o motivo na queda de venda de automóveis. O estudo mostrou que os jovens tinham mais interesse em maquiagem do que em automóveis. Esse tipo de preferência levou a criação de um termo para designar esses homens: os herbívoros.
"Herbívoro é o homem que não consegue chegar nas meninas, não é masculino", explica o casal. E ele se apressa a dizer que não é um deles.
Eles surgiram, segundo os analistas, como uma negação ao comportamento da geração dos pais, apelidados de ˜homens das cavernas˜, porque eram machões que exigiam submissão das mulheres.
O médico Kunio Kitamura, da associação de planejamento familiar do Japão, disse que há outros motivos, como as longas jornadas de trabalho, e culpa também o excesso de tempo que os japoneses passam na frente do computador, em relações e amizades virtuais.
Ele diz que é preciso educar os filhos desde pequenos a se relacionar com os outros, a se sentir bem na companhia das outras pessoas, para evitar o isolamento
O governo japonês está preocupado. A taxa de natalidade é uma das menores do mundo: 1,4 filho por casal. A população está envelhecendo e, há seis anos, diminuindo. "Crescer e se multiplicar" é algo que os japoneses têm que reaprender a fazer.
Jornal da Globo

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