Tim Cook, o sucessor de Steve Jobs

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E fomos surpreendidos novamente. Depois que a Nasdaq, bolsa de valores para empresas de tecnologia, encerrou suas atividades, o conselho diretor da Apple enviou um comunicado chocante à imprensa: Steve Jobs não é mais CEO da companhia. Jobs deixa o cargo aos 56 anos para se dedicar unicamente à sua saúde, que inspira cuidados faz tempo. Em sua legendária posição assume Tim Cook, que fazia as vezes de fiel escudeiro de Jobs nos últimos anos.

Tim Cook, 50 anos, o novo CEO da Apple

Até a manhã dessa quarta-feira, Cook assinava na Apple como diretor de operações (ou COO, na sigla em inglês). Ele é o responsável por toda a estratégia de vendas da companhia em âmbito global, respondendo diretamente para o então CEO Steve Jobs. Entre suas atribuições está a operação geral da Apple no que tange aos fornecedores, serviços e suporte nos mais diversos mercados, informa seu perfil no site da Apple.

Uma coisa é certa: Tim Cook sempre foi visto como o homem dos negócios dentro da Apple. Nos keynotes da empresa, aparecia como profissional centrado que apresenta aquele determinado produto que foi designado para ele e sai do palco, dando lugar para que Steve continuasse o show. Nos bastidores, é calculista — sem juízo de valor no adjetivo — ao traçar as estratégias da Apple.

Antes de chegar à companhia da maçã, Tim Cook bateu cartão em diversas empresas grandes do setor de tecnologia. Na IBM trabalhou como diretor responsável pela área de PCs da empresa (justamente aquela que foi vendida nos anos 2000 para a chinesa Lenovo). Também trabalhou na Compaq, que é da HP desde 2002 (outra empresa que planeja se desfazer de sua divisão de computadores pessoais, por sinal).

A grande verdade é que não se sabe muito de Cook. Sua vida é reservada, assim como a dos demais dirigentes da Apple. (ele está na Apple desde 1998). E, por nunca ter chamado a atenção como acontece com Jobs, ninguém correu atrás de sua história. O que podemos afirmar é que o estilo de liderança de Cook difere muito daquele apresentado por seu antecessor.

Jobs e sua obra-prima

Em qualquer biografia, Jobs é descrito como um sujeito que pensa o micro e o macro. Embora os relatos sejam regados de preciosismo, o fundador da Apple é tido como detalhista ao extremo, a ponto de perder semanas antes de definir como deve ser a barra de progresso de um sistema operacional. Não devemos esperar isso de Cook. O executivo trabalha muito mais a parte operacional da companhia, facilitando que os demais setores desenvolvam suas atividades e encontrem (grandes) mercados para novos lançamentos.

Caso Jobs se aposente dos keynotes, esse estilo de apresentar produtos está esgotado. Cook, que parece apático no palco, não pode (nem deve) copiar o estilo do homem que ergueu e reergueu a Apple. Ele provavelmente vai cumprir bem o seu papel de gesto, mas sem repetir o campo de distorção que todos nós conhecemos.

Quanto a Jobs, resta a dúvida sobre seu estado de saúde. Em sua carta, ele afirma ter a clareza de que permaneceria na Apple somente enquanto isso fosse possível. Não mais é. Sobrevivente de um raro tipo de câncer, Jobs está novamente na luta pela vida. Que ele tenha sucesso nessa batalha.

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