Alguém aí lembra do seriado Automan?

"Esta é a história de Walter Nebicher, fazendo o que ele sabe fazer, enfrentar o crime nas ruas. É que Walter é policial. Infelizmente o chefe não quer Walter nas ruas. Assim, Walter tem de enfrentar o crime a seu próprio modo, numa sala de computadores, onde ele é perito. Felizmente para mim, o avançado conhecimento de eletrônica o levou a fazer experiências com o que se instituiu chamar de holograma, uma palavra muito sofisticada para definir uma imagem tridimensional que, quando aperfeiçoada pode chegar a parecer real. Eu sou real. Aliás, na verdade, com suficiente carga de força posso chegar a ser real. Foi o que praticamente me trouxe a este mundo. Meu nome é Automan"

Produzida em 1983 por Glen A. Larson [o mesmo de Battlestar Galactica e Buck Rogers, entre outros], Automan foi um exemplo clássico do que eram os seriados nos anos 80. Meteórico [teve 13 episódios, mas apenas 12 foram exibidos], bobinho, muito colorido [mas muito, muito colorido, mesmo!], muito neon, pseudo-inocente, divertido, pirado e pouca [ou nenhuma] história. Mas era legal e quem viu não esqueceu com certeza.

Era, tipo, um Tron às avessas porque em vez de um humano ir parar dentro de um computador é um programa [Automan, 'o primeiro homem automático'] que vem para o nosso mundo. No seriado Auto é criação do policial Walter Nebicher, um gênio da computação. O objetivo de Walter era criar um super programa de inteligência artificial para combater o crime. Não deu muito certo, quer dizer, deu... mas o Auto não era bem o que o Walter imaginava...rs
Automan podia disparar relâmpagos, conversar com toda e qualquer máquina [acho que até calculadora..rs]e era praticalmente invulnerável desde que tivesse energia suficiente. Esse era o calcanhar de Aquiles dele. Consumia uma energia medonha [geralmente aparecia a noite quando o consumo de energia era menor]. Lembram que ele adorava causar blecautes nas cidades e sumir por falta de energia nas horas mais cruciais sempre deixando o Walter numa fria? É, as torradeiras, os chuveiros, os micro-ondas, as geladeiras eram terríveis para o bom Auto...rs
Na horas vagas, e quando o consumo de energia permitia, assumia a identidade de“Otto J. Mann,” [eta, trocadilho infame!] um agente fictício que ajuda Walter em suas investigações.

Eu gostava muito do seriado embora os roteiros fossem, na maioria das vezes, medíocres. Aquele visual do Auto era sensacional para a época. E o conceito do seriado também. Imagine um programa que ganha vida em uma época que computadores tinham míseros kbs de memória! O primeiro micro que usei na vida foi um TK-82C com incríveis 2kbs [sim, vc leu certo!] de memória! E eu consegui criar um 'adventure' com essa memória toda...rs
Mas era uma época muito divertida. Inspirada. Otimista. Sonhávamos com um futuro brilhante e o seriado reflete isso. Tecnologia era a palavra do momento. O início da era digital! O futuro seria como em Star Trek no mínimo.
Hoje a gente olha para trás e dá risadas, mas naquela época essa visão 'clean' de futuro era absolutamente real. A Era dos jogos eletrônicos tinha iniciado. Falando em jogos eu adorava as piadinhas do Automan sobre isso. No piloto ele diz pro Walter que costumava apostar corrida com o Pac-man, mas não gostava muito do Donkey Kong porque ele era um 'animal' e não sabia perder...rs

O fiel escudeiro de Auto era Cursor, que nada mais era que, bem... um... cursor! E taradão! [nunca imaginei que cursores tivessem sexo] Não podia ver um rabo de saia. rs
Cursor era responsável pelos 'brinquedinhos' do Auto. O mais famoso deles era o Automobil, o carrão virtual que na verdade era um Lamborghini Countach. O nome Automobil é uma brincadeira do próprio Automan, porque o carro não tem um 'nome' propriamente dito. Esse carrinho era uma das sensações do seriado. Como era feito de energia, e não matéria, não respeitava as leis naturais da física. Além de andar a uma velocidade absurda e desaparecer tão rápido quanto surgia, ainda fazia curvas de 90 graus para desespero de quem estava dentro do carro. Os outros 'brinquedinhos' incluíam um helicóptero, um avião e tudo o mais que fosse preciso.

Lamborghini Countach
O 'pai' do 'Automobil'.

Automan era interpretado pelo bonitão [e alto!] Chuck Wagner. Chuck tinha tudo prá ser mais um dos muitos atores fracassados da tv. Afinal o cara nunca mais deu as caras [pelo menos para nós aqui no Brasil]. Mas não foi o que aconteceu. Chuck se deu bem no teatro. Principalmente em musicais . É ator, cantor, diretor, professor de artes dramáticas, etc. E pasmem, o cara é bom! Ele e sua esposa Susan estão completando 25 anos de casamento. Bodas de prata! E ele continua com a mesma cara. Um dos seus papéis mais famosos foi de a Fera em Beauty and the Beast. Seu primeiro papel foi em The Three Musketeers ainda nos anos 70. Nessa mesma montagem estava um certo Brent Spiner, o Tenente Comandante Data de Star Trek. Fez ainda Jekyll & Hyde, Dracula, Into the Woods e foi o inspetor Javert em Les Misérables entre outros. Isso não é prá qualquer um, pessoal. Prá quem ficou curioso com esse falatório todo aqui tem um clipzinho do Chuck como a Fera no musical Beauty and the Beast. É a cena da transformação. A qualidade é ruim, vhs piratão. Vocês terão que acreditar em mim afinal o cara tá fantasiado de Fera! Como é a cena da transformação no final ele aparece humano mas não dá prá ver quase nada...rs

As muitas faces de Chuck Wagner

É isso então! :)
Cansei. :P
Aqui no Brasil o seriado foi exibido na Rede Globo originalmente.
A última vez que assiti foi na Guaíba a long time. Uma pena. :(