Placebo em doses cavalares

Félix Zucco

O show do Placebo se deu em doses cavalares na noite desta terça-feira, em Porto Alegre. O espetáculo, que divulga Battle for the Sun, o último disco da banda, equilibrou bem sucessos antigos, como Every You Every Me, Special Needs, Special K com as melhores faixas do novo álbum. Praticamente todas ganharam peso ao vivo se comparadas aos registros oficiais.



O guitarrista e vocalista Brian Molko, drama queen de primeira ordem curiosamente discreto nesta apresentação, parecia compenetrado, trocando de guitarra a cada nova música como se quisesse apresentar o melhor som possível a todo momento. Por outro lado, o baixista Stefan Olsdal incorporou um verdadeiro guitar hero, fazendo poses, caras, bocas e comandando a galera em diversas ocasiões.



Com apoio de uma violinista e tecladista e de um guitarrista extra, a banda abriu a noite com três ótimas músicas do novo disco: For What It's Worth (com uma interrupção não programada), Ashtray Heart (alucinante), Battle For The Sun (épica e libertária). As seguintes também foram marcantes. Se Speak in Tongues foi inspiradíssima, os hinos Every You Every Me e Special Needs não precisaram de muito esforço para levantar a plateia.



As novas Julien (introspectiva no disco) e The Never-Ending Why ficaram mais robustas, com guitarra e baixos cortantes e bateria muito presente. Enquanto Bright Lights marcou o momento pop do show (com Stefan fazendo sua já tradicional dancinha sem noção), Devil in the Details foi transformada em um pós-rock visceral e festivo. Já Special K, uma das músicas que fizeram a banda tornar-se conhecida em todo o mundo, provocou comunhão com os fãs, sendo seguida pelo massacre sonoro de Bitter End.



O baterista Steve Forrest foi o destaque da noite. Mostrou o motivo pelo qual foi escolhido por Brian e Stefan para integrar a banda em 2008. O cara surrou a bateria durante toda a apresentação, mostrando ritmo, força e uma atuação de primeira, impedindo qualquer possibilidade de crítica negativa.



O show esteve bem menos lotado do que o realizado em 2005 em POA, quando o público explodia em delírio a cada acorde. Nesta terça, a platéia era bem mais reduzida (talvez um terço da capacidade do Pepsi On Stage), mas não menos cúmplice da banda. Placebo pode não atrair tanta gente como antes, mas por aqui, sem dúvida, ainda há hordas de viciados.

Danilo Fantinel

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