As Estrelas de Tron Legacy: Daft Punk

77918_177020148992037_114295871931132_537522_901558_oEste texto é uma tradução do site noctamina.com. A matéria original [um especial sobre a dupla Daft Punk] será dividida em quatro partes. Digo será porque as duas últimas partes ainda não foram publicadas. A matéria abaixo é a segunda parte e trata da trilha sonora de Tron Legacy. A tradução é do meu amado 'noivorido' que dedicou boa parte de seu tempo [quase inexistente] nessa ‘aventura’. Obrigado amor. :)
Quem quiser conferir a matéria original o link está no final do post.

Bom, vamos lá com nosso especial dedicado a Daft Punk e sua discografia. Como adiantamos na primeira parte desta série de posts vamos começar pelo final, pelo último lançamento dos franceses até agora, que como todos sabem é a trilha sonora de Tron Legacy.

Desde já devemos declarar que a polêmica está lançada com este disco. Os fãs mais fanáticos da dupla podem estar tanto encantados quanto decepcionados, porque existem motivos para as duas reações.

Mas vamos por partes, pois dito assim pode não parecer muito claro ou até mesmo exagerado. O melhor é expor os argumentos que definem tanto uma postura quanto a outra.

Começamos esclarecendo que Bangalter e Homem-Christo realmente possuem uma ampla inquietude artística, como demonstrado com seus trabalhos em Electroma e Interstella 5555. Se somarmos a isso a elaboração visual de grande parte de seus vídeos podemos garantir que sua arte não é centrada somente na audição, e que o sentido da visão é tão importante quanto.

Com estes precedentes estava claro que a dupla Daft Punk em breve tentaria a sorte com verdadeiras trilhas sonoras. E tratando-se de uma dupla tecno como eles, que melhor forma de fazê-lo do que em um filme de inspiração tão evidente? Sim, certamente Tron não chegou a ser o blockbuster que se pressupunha. Em um tempo em que tudo que envolvesse sci-fi tinha chance de sucesso, Tron foi a exceção que confirmava a regra, mas não chegou a ser um fracasso de bilheteria. Ainda que, como em outros casos este ‘fracasso comercial’ não o impediu de se transformar em Cult.


DP-DRZD

Quando de seu lançamento Tron contou com uma trilha sonora baseada em sintetizadores, criada das partituras e batuta de Wendy Carlos, e é até hoje é uma peça clássica do setor, juntamente com seus trabalhos em O Iluminado e Laranja Mecânica. Com estes antecedentes a escolha de Daft Punk para criar a música da sequência se mostrou sobre todas as luzes, acertada.

Como trilha sonora, temos que deixar claro de antemão que o trabalho realizado por Daft Punk para Tron Legacy é impecável. Está claro que eles sabem o que fazem e que não se meteram em areias movediças. Como acompanhamento ao filme deve funcionar perfeitamente (e digo deve, como alguém que ainda não viu Tron Legacy) já que se mantém dentro dos esquemas e cânones clássicos de qualquer trilha sonora.

Daft Punk trabalhou com uma grande orquestra, composta por 85 músicos, para criar a música para Tron Legacy. A dupla não se iludiu com a possibilidade de criar algo comum e embarcaram em uma nova experiência, já que o oposto provavelmente teria sido rejeitado pela Disney.

Provavelmente o feito de encaixar tão bem a orquestração e o som eletrônico nesta trilha sonora se deva a intervenção na mesma de um expert em soundtracks como Joseph Trapanese, já que provavelmente, sem esta intervenção, Daft Punk estaria com problemas, perdidos em um universo ao qual não pertencem. Não por não serem grandes músicos e compositores, mas por encontrarem-se em um terreno desconhecido e estranho para eles, em que são necessárias muitas ‘horas de vôo’ para saber se desenvolver e entregar um material miminamente decente, e este é muito mais que minimamente decente.

O caso é que o resultado saiu redondo, configurando uma grande trilha sonora e provavelmente uma das melhores do ano, quem sabe até podendo fazer sombra ao genial trabalho de Hans Zimmer em A Origem, já que ambas possuem similaridades.

Mas temos que reconhecer que se você é somente fã de Daft Punk e não gosta de trilhas sonoras, este disco não é pra você. Muitos dos mais fanáticos fãs da dupla dirão que o trabalho é simplesmente fantástico pelo simples fato de não quererem admitir de que seus artistas preferidos os decepcionaram. Mas o fato é este: como trilha sonora ela é simplesmente fantástica mas como trabalho de Daft Punk não imagino estes fãs a ouvindo em seus carros a não ser que gostem de trilhas sonoras tanto quanto eu.

Como se sabe, existe muita gente que não concebe escutar uma trilha sonora fora de seu meio natural, o filme, e o problema é que o público principal do Daft Punk é provavelmente este tipo de gente, que pode pensar que a dupla falhou.

Eu deixo claro que não falharam. Eles demonstraram que são capazes de oferecer trabalhos de incalculável valor, mesmo que estes não estejam nas pistas de dança.

Eles foram mestres na hora de dar seu toque eletrônico aos temas do disco, mas o resultado é uma trilha sonora orquestrada, baseada em uma par de melodias centrais que se repetem em diferentes variações e que inclusive conta com abertura e final, como mandam os cânones. E se pedir minha opinião pessoal sobre o disco, direi que me encanta e que merece todos os elogios recebidos, ainda mais vindo de dois artistas de um estilo de música tão diferente.

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1 Comentários

  1. Achei a trilha maravilhosa e ela se encaixa muito bem no filme, como também pode ser ouvida sem o mesmo. Me surpreendi com a trilha. A melhor que já ouvi até hoje!

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