Cinco pessoas morrem em protestos no Egito

Manifestantes e policiais enfrentaram-se nesta sexta-feira nas ruas das maiores cidades do Egito, no segundo aniversário do início da revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak.
Desta vez, o alvo dos protestos foi o governo do presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, eleito no ano passado. Há dois anos, o grupo de Mursi participava das manifestações na Praça Tahrir contra Mubarak.
No final da tarde, fontes médicas informaram que cinco pessoas morreram nos protestos na cidade de Suez. O Ministério do Interior informou que mais de 250 pessoas, entre manifestantes e policiais, tinham ficado feridas em choques no Cairo, em Alexandria e em Suez. A polícia lançou gás lacrimogêneo nos manifestantes, que revidaram com pedras. Em muitas ruas do Cairo havia um doloroso senso de volta ao passado.
— Não há mais ditadura militar, mas há inícios de outra, teocrática — disse Karim Abadir, membro influente dos Egípcios Livres, partido liberal de oposição, que armou uma tenda no centro da Praça Tahrir.
Hisham Abdel-Latif, outro manifestante, que participou de uma das muitas marchas dos subúrbios cairotas até a praça, disse que os egípcios são "agora governados por uma gangue que é exatamente igual à gangue de Mubarak, com exceção de que, agora, eles usam barbas".
A oposição acredita que, embora democraticamente eleitos, Mursi e os congressistas do Partido Liberdade e Justiça, braço eleitoral da Irmandade Muçulmana, querem tomar medidas antidemocráticas que restringem liberdades civis, de mulheres e de minorias religiosas. Entre os idealizadores dos protestos de hoje, estão o Partido da Constituição, do Prêmio Nobel da Paz Mohammed El-Baradei, a Corrente Popular Egípcia, do esquerdista Hamdin Sabahi, os Egípcios Livres, o Wafd (Delegação, o mais antigo partido do país, criado em 1918), os socialistas e os movimentos Kefaya e Jovens do 6 de Abril.
Na manhã de sexta, na Praça Tahrir, a polícia ateou fogo a duas tendas montadas por manifestantes no local. Segundo testemunhas ouvidas pelas agências France Presse e Reuters, foram incendiadas as sedes da Irmandade Muçulmana em Ismailiya, Kafr el Sheikh e Damanhour.


(via Mr. Reader)


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