Apaixonado pelo espaço, engenheiro de Mogi monta observatório em casa


Com telescópio de 152 milímetros, engenheiro observa o céu em noites limpas. (Foto: Carolina Paes/G1)

Em dias com fenômenos astronômicos especiais, como esta sexta-feira (15), o engenheiro civil Reinaldo Raffo, de Mogi das Cruzes, que adora uma boa conversa, fica ainda mais falante. 

Apaixonado pelo espaço, o astrônomo amador de 53 anos sentiu por não ter podido observar a passagem de um asteroide a 27 mil quilômetros da Terra, já que não foi possível ver o fenômeno do Brasil. Ainda assim, ele sabia explicar detalhes do fenômeno e também da queda de um meteoro na Rússia também nesta sexta, que deixou 950 pessoas feridas. "Fiquei triste quando fiquei sabendo, porque até hoje o homem não tem tecnologia para desviar meteoros", disse.

Observatório em casa
A astronomia foi decisiva até na hora de Raffo escolher um lugar para morar. "Eu queria um lugar alto, que não tivesse problemas com construção de prédios que obstruíssem minha visão". E assim foi: a parte mais alta da casa o engenheiro reservou para a construção de um observatório. Uma estrutura de ferro se abre e torna possível ver o céu.

No meio da sala da casa, fica um telescópio de 152 milímetros, de médio porte, que é levado para cima em noites de céu limpo. Com o equipamento é possível ver os planetas, a Lua e o Sol.

Mas o engenheiro quer mais. Em 2007 ele começou a construir um telescópio mais potente, de 400 milímetros. Apenas o tubo, que ele já tem, custou R$ 40 mil e foi feito por um amigo, também astrônomo amador, de Araraquara. Já a parte eletrônica, que vai fazer o equipamento funcionar, ele está importando dos Estados Unidos aos poucos e deve concluir a compra de peças em julho para finalmente ver o espaço ainda melhor.

Paixão antiga
Raffo lembra bem quando a paixão pelo espaço começou. Foi aos 9 anos, quando, com um telescópio, conseguiu ver os anéis de Saturno.

De lá para cá, foram anos de muito estudo e de troca de experiências com outras pessoas que também compartilham do mesmo amor pelo espaço. O engenheiro faz parte de um grupo de astronomia amadora. Ele costuma viajar com os colegas para locais onde o céu é bem escuro para ver os fenômenos. Entre os que se destacam estão uma erupção vulcânica de júpiter e o eclipse total do Sol na Venezuela e em Santa Catarina.

No meio dos pertences mais especiais, há uma rocha que Raffo diz ser um meteorito, que teria sido encontrado por um amigo, também astrônomo amador, há 30 anos, durante a escavação de um poço em Ferraz de Vasconcelos. Ele acredita que realmente se trate de um meteorito por causa das características do material, que está queimado e tem várias perfurações.

O engenheiro diz que venderia tudo para um dia estar no espaço, mais perto de tudo que tanto admira. "Astronomia é vida, porque é como conhecemos a origem do homem. Os fenômenos mostram a força da natureza e é por isso que gosta tanto", declara.




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