Museu de Nova York é acusado de enganar turistas sobre ingressos


Um dos maiores museus do mundo, o Metropolitan Museum, em Nova York, está sendo acusado de enganar os visitantes, fazendo-os acreditar que o preço do ingresso é obrigatório – quando, na verdade, é apenas uma recomendação, já que os turistas podem pagar o quanto quiserem pela entrada.

Com um acervo que inclui Picassos, Renoirs e Rembrandts, o Met, como é conhecido, recebe mais de 6 milhões de visitantes por ano. Na placa na qual está escrito o valor de US$ 25 para o ingresso de adulto, há um aviso em letras miúdas, onde se pode ler a palavra "Recomendado".

Como muitos turistas (principalmente estrangeiros) não percebem o aviso e acabam acreditando que o valor total é obrigatório, uma ação na Justiça acusa o museu de usar marketing enganoso e inclusive de treinar os funcionários do caixa para violar a lei estadual de 1893, que determina que o público deve ser admitido de graça por ao menos cinco dias e duas noites na semana. Em troca, a instituição ganha contribuições anuais do governo e o aluguel grátis do prédio e do terreno na cara região da 5ª Avenida.

"O museu deveria ser aberto a todos, sem levar em conta suas condições financeiras. Em vez disso, ele se converteu em uma atração de elite", afirma Arnold Weiss, um dos dois advogados que lideram a ação em nome de três frequentadores do museu: um morador de Nova York e dois turistas da República Tcheca.

Entre as alegações está a de que o Met vende a filiação para membros anunciando o benefício de admissão grátis, benefício ao qual qualquer um já teria direito. A ação pede compensações para membros do museu e visitantes que pagaram com cartão de crédito nos últimos cinco anos.

'É preciso pagar alguma coisa'
O porta-voz do Met, Harold Holzer, negou as acusações e disse que a política de requerer que os visitantes paguem ao menos algo é aplicada há mais de quatro décadas.

Segundo ele, a base do processo, de que a admissão deve ser gratuita, está errada porque a lei que os advogados citam foi desbancada várias vezes, e a cidade aprovou outra norma que afirma que os visitantes precisam pagar ao menos alguma quantia (mesmo que seja um centavo) para entrar. "É preciso pagar alguma coisa", diz Holzer.

Um ex-supervisor do museu, que treinou os caixas de 2007 a 2011, foi chamado a testemunhar.

Segundo os advogados, esse funcionário treinou as pessoas que ficam no caixa para encorajar os visitantes a pagar a taxa completa, dizendo coisas como "você deve imaginar que é muito caro fazer um museu funcionar".

Ele teria contado, também, que entre 2010 e 2011 o termo do cartaz mudou de "sugerido" para "recomendado" porque os administradores acharam que era uma palavra mais forte para encorajar as pessoas a pagarem mais.

Sobre a mudança na palavra, Holzer afirma que o museu, na verdade, "achou na época, e ainda acha, que a palavra 'recomendado' é mais suave do que 'sugerido".

O Metropolitan Museum é uma das instituições culturais mais ricas do mundo, e apenas 11% dos custos de suas operações em 2012 foram cobertas pelo dinheiro arrecadado com ingressos. Por ser uma organização sem fins de lucro, o museu não paga impostos e taxas.

Segundo Holzer, no ultimo ano fiscal, 41% dos visitantes pagaram a taxa total recomendada — U$ 25 para adultos, US$ 17 para idosos e US$ 12 para estudantes.






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