"Music From The Elder', O Álbum "Maldito" do KISS Completa 40 anos



Conheci esse álbum através do meu irmão. Era difícil de encontrar e havia uma lenda a sua volta. Muitos o chamavam de “O álbum maldito do Kiss”, o álbum que a própria banda relegou ao esquecimento. De certo modo isso realmente aconteceu porque a banda sequer fez uma turnê para promovê-lo devido as baixas vendas.

Tirando poucas aparições na TV e entrevistas aqui e ali realmente parece que seus integrantes não estavam satisfeitos o álbum.

“The Elder” foi o primeiro álbum com o baterista Eric Carr. Na boa, ele arrasa nessa estreia! E o último com o Ace Frehley até a sua volta a banda.

Paul Stanley afirma que há boas músicas no álbum (o que eu concordo) mas que o clima no estúdio não era bom. O conceito do álbum veio de Simmons que parecia mais ligado em algo conceitual. A ideia era um álbum nos moldes do Rock Progressivo baseados em obras de fantasia, em especial, Tolkien.

“The Elder” destoava de tudo que o Kiss havia feito até então. A capa dupla foi a primeira a não exibir uma foto sequer da banda.

E esse, talvez, seja um dos motivos pelos quais me interessei pelo álbum…

A capa.

O que havia por trás daquela porta? Era um convite a imaginação. Lembrando que nessa época o RPG estava começando a se tornar popular. Obviamente, a capa lembrava o início de uma aventura…


O enredo básico de “The Elder” envolve o recrutamento e treinamento de um jovem herói (The Boy) pelo Conselho de Anciões que pertencem à Ordem da Rosa, um misterioso grupo dedicado a combater o mal. O menino é guiado por um zelador idoso chamado Morpheus. As letras do álbum descrevem os sentimentos do garoto durante sua jornada e treinamento, enquanto ele supera suas dúvidas iniciais para se tornar confiante e autoconfiante. 

Diferente de seus antecessores The Elder era um álbum orquestrado. De fato, a faixa introdutória é totalmente orquestrada lembrando uma trilha sonora… Sem uma gota do som do Kiss.

Era no mínimo… Diferente.


Mas logo a banda surgia com a maravilhosa “Just a Boy”. E, em seguida, com a bela “Odissey” e vai alternando entre faixas mais lentas e excelentes faixas Hard Rock. O álbum fecha com a igualmente interessante “I”. Nessa faixa há o único diálogo do álbum. Morpheus proclama aos Anciões que “O Menino” está pronto para empreender sua odisséia.



Sinceramente gosto desse álbum. Ele vem ganhando simpatizantes nos últimos anos. Talvez porque hoje os fãs do Heavy Metal e do Hard Rock estejam mais acostumados a alguns conceituais ligados a fantasia do que naquela época devido a bandas como o Blind Guardian ou Rhapsody on Fire. Pessoalmente, não consigo ouvir Nightfall on Middle-Earth do Blind Guardian sem lembrar de “Music From The Elder”. O clima épico, as introduções orquestradas, diálogos, a ideia que você está lendo um livro, tudo está lá.

Isso já existia em alguns álbuns de Rock Progressivo nos anos 70, Rick Wakeman por exemplo, já tinha realizado um álbum conceitual baseado na obra de Júlio Verne totalmente orquestrado. Mas é a maneira como “The Elder” intercala músicas mais doces e suaves com faixas mais pesadas é que me parece ter antecedido o estilo, no mínimo, em uma década.


O álbum não foi mal recebido pela imprensa especializada mas não vendeu. E isso possivelmente se deu pelo fato da banda ter abdicado da sua imagem e de sua identidade musical em prol de um contexto.

Talvez, agora no seu aniversário de 40 anos, seja o momento certo para ouvir “Music From The Elder” sem preconceitos. De preferência em alta resolução. Vale a pena! 😉 

Postar um comentário

2 Comentários

  1. Não sou fã do Kiss e nem sei citar uma só música deles, mas gostei da resenha e eu gostei da música que recentemente eu ouvi do álbum, "A World Without Heroes". Vou dar uma chance em breve.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada. É um álbum que realmente merece uma ouvida. ;)

      Excluir