Zachary Quinto Confirmado como o Sr. Spock no Novo Startrek

O boato já corria há algum tempo. Agora é fato. Zachary Quinto, o vilão Sylar de Heroes foi confirmado como o Sr. Spock no novo StarTrek. Como o pessoal não perdoa, já tá rolando uma foto fake do Zachary como o vulcano mais simpático do mundo. Olha o cara aí ao lado devidamente 'caracterizado' de Spock...rs

Sinceramente? Eu acho que a Paramount tá fazendo uma burrada das grandes.
Não é o momento de 'ressuscitar' Star Trek. Principalmente a clássica. Jornada nas Estrelas é um ícone da contracultura dos anos 60. Uma era de questionamento, autoreflexão e muita rebeldia. Após o 11 de setembro o mundo mudou. Ficou mais dark, mais triste e o que é pior, menos racional e mais paranóico. A razão tem sido sistematicamente substituída pela ignorância. Um mundo dividido entre 'bons' e 'maus', o 'bem' contra o 'mal', entre pessoas 'do bem' e pessoas 'do mau'. Um mundo assim, que exclui indivíduos, ideias e conceitos, exclui automaticamente tudo que Jornada representa. Entramos, de fato, numa era de trevas e miséria. E não estou falando da miséria material, mas de miséria filosófica e cultural.
Vocês conseguem imaginar um seriado moderno ou filme com as temáticas científicas e filosóficas de Startrek? Eu não. O forte de Jornada nunca foi o 'visual' como em Starwars. Os cenários de Papier Maché já eram pobres naquela época...rs O que sempre caracterizou o seriado [e fez dele um sucesso] foi a riqueza dos roteiros recheados de conflitos, problemáticas sociais e dramas pessoais [que tanto marcaram a caótica década de 60], uma dose considerável de humor, humanismo e ciência. Todas em baixa hoje em dia. Principalmente o humanismo. Cada vez nos concentramos mais em nós mesmos e esquecemos do outrem. Em síntese, Jornada está fora de moda. Não foi apenas por incompetência que a franquia afundou, mas sim, porque os tempos mudaram. No imaginário popular atual [realista e pessimista] algo otimista e idealista como Jornada simplesmente não 'cola'. Eu esperaria os 'ventos' mudarem.

Um outro problema da franquia é que após Jornada Clássica eles nunca mais souberam como lidar com os vulcanos. Leonard Nimoy e Mark Lenard foram perfeitos porque eram artistas maravilhosos preocupados com seus personagens. Tão preocupados que contribuíram generosamente para a criação da 'cultura' vulcana [Nimoy praticamente a criou sozinho]. Após a Nova Geração, bom... o bolo abatumou. :( Vulcanos com maquiagem horrendas, sem nenhuma preocupação estética e o que é pior, ridículos! Foi-se a nobreza vulcana. Foram-se os conflitos. Foi-se a filosofia. Foi-se tudo. E é justamente aí que mora o perigo. Como a esperança é a última que morre, pelo menos o Nimoy está presente na produção.
Tomara que o pirralho aí aprenda alguma coisa com ele. :P

PS: Querem ver o quanto Jornada captava o espírito dos sixties? Dêem uma olhada nesse clip que legendei meses atrás. É uma brincadeira muito bem humorada com os momentos mais piradaços de Jornada. Para quem acha que o cara que fez o clip viajou, lembrem-se que Harlan Ellison escreveu o que viria a ser o roteiro de 'A Cidade a Beira da Eternidade' [considerado o melhor episódio de Jornada] a base de doses nada homeopáticas de maconha. É bem provável que de outras substâncias também...rs

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